sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Importância de um "Serviço de Informação sobre Alergias”

Os serviços públicos de saúde no Brasil, dentre outras falhas, não levam em consideração as estatísticas atuais que comprovam o aumento da prevalência das alergias. Muito menos, avalia o aumento da demanda por acompanhamento das doenças alérgicas. Nos países desenvolvidos, já existe uma política de saúde pública para atender estes pacientes.

"Desde Fevereiro de 2002 na França, a linha de atendimento do “Serviço de Informação sobre Asma e Alergias” recebe chamadas de pacientes asmáticos e/ou alérgicos e das respectivas famílias. Este serviço foi criado por iniciativa da Direção Geral de Saúde, que confiou a respectiva gestão à Associação de Asma e Alergias (Association Asthme & Allergies). Este serviço conta com mais de 13.500 contatos resolvidos.
A maioria das chamadas (90%) para o “Serviço de Informação sobre Asma e Alergias” (Asthme & Allergies Infos Services) é feita pelos próprios pacientes e pelas suas famílias e um em cada dez pedidos parte de profissionais de saúde. Embora ambos os grupos estejam muitas vezes relacionados, 59% das chamadas referem-se a problemas de asma e 41% a problemas alérgicos.Os pedidos recebidos, que são variados, podem ser agrupados conforme as razões que levam a fazer as chamadas e que resumem bem as preocupações dos pacientes e das suas famílias.



Estar melhor informado, principalmente sobre os tratamentos:

Os pedidos de informação específica constituem a principal razão das chamadas para este serviço. De fato, depois de uma consulta com o seu médico, o doente tem muitas vezes necessidade de esclarecer alguns pontos abordados durante a consulta e de ter ao seu dispor alguma documentação que possa consultar.
• As perguntas sobre os tratamentos vêm na primeira posição, representando 21% dos pedidos de informação. As perguntas sobre os riscos de efeitos secundários dos medicamentos, a curto prazo, mas em especial os riscos a longo prazo, e principalmente nas crianças, continuam a ser a principal preocupação. De modo idêntico, a necessidade de um tratamento de longo prazo nem sempre é bem compreendida ou aceita, e os conselheiros dedicam muito do seu tempo para tranquilizar as pessoas e para explicar-lhes a importância deste tipo de tratamento.
• As recomendações úteis para evitar os alergenos, e em especial os ácaros
do pó doméstico, ocupam a segunda posição dos contactos (17%).
• As alergias alimentares constituem a terceira principal razão dos pedidos de
informação (15%). A percentagem de chamadas sobre este tema tem vindo a aumentar consideravelmente desde o lançamento da linha gratuita e vem confirmar a angústia dos pais que têm um filho com uma alergia alimentar e que procuram soluções práticas para o problema: interpretação dos rótulos dos alimentos, conselhos dietéticos, conselhos práticos para a substituição de um determinado alimento alergénico por outro inócuo, etc.
• Por último, muitas das chamadas referem-se a casos de dermatite atópica, rinite
alérgica, etc.

Orientação para uma opção de tratamento:

Praticamente um terço das chamadas para o “Serviço de Informação sobre Asma
e Alergias” deve-se a um pedido de informação sobre um determinado tipo de
profissional de saúde ou um estabelecimento de assistência. Estes pedidos referem-se principalmente a uma orientação quanto aos especialistas a consultar (49%) e às Clínicas (31%). A verdade é que estas clíncas constituem uma verdadeira extensão das consultas médicas especializadas, e são um apoio apreciável para uma melhor gestão da doença pelos pacientes.

Falar, testemunhar:

Um número considerável de pessoas que contactam este Serviço sentem necessidade de serem ouvidas, em especial sobre o seu tratamento, e de discutirem as suas apreensões sobre a doença, que nem sempre é bem compreendida por aqueles que
estão à sua volta, quer se trate de membros da família ou de colegas de trabalho ou da escola. São muitas vezes pais de crianças
asmáticas ou alérgicas, que se sentem particularmente ansiosos quanto à doença do seu filho e que têm um enorme sentimento de solidão e incompreensão".

Christine Rolland
Diretora da Associação da Asma e Alergias, Paris (França)

terça-feira, 21 de julho de 2009

Prevenir ainda é o melhor remédio - alergia no inverno.



Algumas dicas práticas para evitar que as reações alérgicas repiratórias aumentem no inverno (dicas para o ano todo):

1. A limpeza doméstica com pano úmido com produtos inodoros,
2. Ambientes ventilados e ensolarados (o calor diminui a proliferação de fungos, alimentos dos ácaros - principais causadores das alergias típicas do inverno: asma, rinite, sinusite, conjutivite, tosse, secura nas cordas vocais, etc),
3. Lavar as capas dos colchões e travesseiros a cada 3 semanas, lençóis e fronhas devem ser trocados toda semana,
4. Cobertores de lã devem ser evitados;
5. Agasalhos e mantas devem ser lavados antes de serem usados,
6. Evitar produtos com cheiro forte,
7. Evitar locais com fumantes,
8. Usar soro fisiológico nas narinas,
9. Beber muito líquido,
10. Exercitar-se.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

As Principais Doenças Alérgicas

As doenças alérgicas podem ser respiratórias, cutâneas, medicamentosas, alimentares, dentre outras. Alguns exemplos:
1. Alergias Respiratórias:

Tosse CrônicaAsma ou Bronquite Asmática ou Bronquite Alérgica
Alergia Ocular: conjuntivites
Rinite Alérgica (sinusites, otites,amigdalites, laringites)

2. Alergias Cutâneas:

Urticária
Eczemas
Dermatite Atópica
Estrófulo
Angioedema
Dermatite de contato

Algumas considerações:

Embora cada tipo de alergia tenha um comportamento diferente, algumas regras são gerais:

1o. As alergias sempre envolvem o sistema imune.
2o. Uma reação acontece depois da exposição a um alérgeno. O tempo de reação pode ser imediato - logo em seguida ao contato com um alérgeno – ou retardada - dois dias ou mais após o contato.
3o. prevenção é tão importante quanto o tratamento, se não mais.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Tatuagens e Alergia - HENNA


As tatuagens feitas com HENNA são muito usadas pelo seu caráter provisório, por sua disponibilidade, baixo custo e por não causarem danos à pele. Porém alguns tipos de compostos químicos usados na tintura, podem comprometer a ideia amplamente difundida de que a HENNA é um produto natural e portanto inofensivo, o que não é verdade, porque em alguns casos ela pode levar a uma reação alérgica.
A HENNA é uma tintura vegetal, nas cores verde, vermelha ou marrom, que têm pouca duração, em torno de 20 dias. Para produzir uma coloração mais escura, alguns tatuadores adicinam algumas substâncias químicas como a parafenilenodiamina ou PPD (no inglês), que segundo a FDA, agência que regula alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, é uma substância que só pode ser usada legalmente em tintura para cabelo, nào diretamente na pele. Em algumas receitas caseiras, o limão é um dos ingredientes. As reações alérgicas nestes casos veem acompanhadas de queimaduras e bolhas.

Em casos de alergia, lave o local com muita água, não fure as bolhas e evite o contato da roupa com a lesão. Procure seu médico, de preferência um dermatologista.
As marcas da alergia ou das queimaduras ficam visíveis por vários meses, portanto cuide para que elas não tomem sol, para evitar o escurecimento do local.
E lembre-se: a escolha do local e do profissional tatuador é muito importante.
Cuide-se!

terça-feira, 5 de maio de 2009

Tatuagens e Alergia

Durante muito tempo, as tatuagens foram vistas como sinal de delinquência, transgressão e rebeldia. Na maioria das vezes eram inevitavelmente usadas como forma de aceitação em algumas tribos, como punks, rockers, dentre outros tantos grupos. Antes da década de 90, pessoas tatuadas inspiravam medo e desconfiança, porque preconceituosamente eram associadas aos piratas, gangues de motoqueiros e presidiários, mas é inegável também, que de alguma maneira, representavam atitude, coragem, afinal marcar a pele em caráter definitivo (quase sempre, mesmo usando técnicas avançadas como o laser), não é para muitos.


O escritor americano Jack London, autor de mais de 50 obras publicadas, já em 1883 escreveu: “mostre-me um homem com uma tatuagem e eu mostro-lhe um homem com um passado interessante”. Ele falava em homem, porque era raríssimo ver uma mulher tatuada.

Embora ainda existam restrições quanto ao uso de tatuagens, principalmente no trabalho, elas hoje representam, além de atitude e estilo, uma forma de comunicação, muito própria, que expressa sentimentos, lembrança, declaração, enfim; elas conseguem dar um recado. As mulheres mais independentes e decididas, exibem suas tatoos com orgulho, inclusive como maquiagem para boca e olhos.

A tinta fica na derme, que é a segunda camada da pele, pois as células deste local são mais estáveis que as células da epiderme, que constantemente são eliminadas. Por este motivo, a tinta permanece no lugar, com dispersão e descoramento mínimo.


No entanto as tatuagens não são para todos, principalmente pessoas com diabetes, portadoras do vírus HIV, com hemofilia, com epilepsia, com hepatite, bem como quem tem problemas de coagulação sanguínea, problemas de pele (herpes, fungos, eczema, psoríase, alergias…) ou se não foram vacinadas contra o tétano e contra Hepatite B. Alguns cuidados devem ser tomados no dia de se fazer uma tatuagem: não consumir bebidas alcoólicas, nem bebidas que contenham cafeína, não ingerir medicamentos, não comer imediatamente antes de se tatuar. Alguns salões de tatuagem exigem uma assinatura em um termo de responsabilidade.



Em relação à alergia, as tatuagens podem sim levar a um quadro de resposta imune exagerado, típico das alergias, principalmente pelas substâncias presentes nas tintas, que podem causar vermelhidão, coceira, sensação de queimadura. As tintas de tatuagem, ao contrário do que muita gente pensa, não são pigmentos vegetais, mas misturas que levam componentes de ferro, mineral e plástico. Na sua maioria, estas tintas não apresentam em seus róturlos, sua composição exata. Vários testes em laboratórios na Europa, e em outros países, mostraram uma alta concentração de metais nos pigmentos, que é prejudicial à pele.

Procurar profissionais devidamente habilitados é importante para quem tem respeito pelo próprio corpo.

sábado, 2 de maio de 2009

Relação entre estilo de vida e Alergia



Um estudo feito em 2008 sobre a ascensão da alergia na Índia, melhora a compreensão de pesquisadores quanto às causas do aumento da prevalência da alergia no mundo moderno.

Há muito tempo suspeita-se que a relação ambiente/estilo de vida moderna são de certa forma, responsáveis pela ascensão das reações de alergia no mundo ocidental.

Nas cidades indianas, Mysore (segunda maior cidade do estado de Karnataka) e Bangalore (estado de Karnataka) as classes médias emergentes estão crescendo rapidamente e seus membros estão cada vez mais ocidentalizados. Vivem ao lado das comunidades rurais e urbanas mais pobres que ainda mantêm um estilo de vida mais tradicional.

Os pesquisadores descobriram que a incidência de asma alérgica está diretamente ligada à ascensão social da classe média, ou seja, quanto mais o estilo de vida se aproxima do ocidental, maior o número de indivíduos com asma alérgica.

O líder do projeto, o Dr. Maheh Rao, diz que as investigações indicam uma ascensão de 50% na asma alérgica em relação aos últimos 5 anos. Entretanto, as comunidades tradicionais são menos afetadas. Este fato poderia ser utilizado como teste padrão para outras partes do mundo onde ocorreu uma mudança no estilo de vida, ou seja, uma ocidentalização.

A velocidade e a escala do desenvolvimento nestas duas cidades do sul da Índia, e a proximidade entre grupos sociais diferentes, foi crucial para a observação do impacto do estilo de vida moderno na alergia. Este estudo analisou e comparou fatores que incluem dieta, atividade física, higiene, o contato com animais domésticos, em 20.000 lares no sul da Índia.

Segundo Dr. Rao, “A principal hipótese que estamos levantando é que o estilo de vida moderno está relacionado com a ascensão da asma alérgica. Nas comunidades tradicionais, as crianças são expostas às bactérias e aos animais, quando já estão mais velhas, alimento é saudável e atividade física é abundante. Além de não terem acesso às comidas rápidas (fast foods), perfumes, sabões e os produtos químicos que nós suspeitamos, podem ser fatores no crescimento da asma alérgica.”
Este estudo também revela a alarmante carga econômica e social da asma alérgica em um país como a Índia.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Alergia a Bijouteria


Este é um tipo muito comum de alergia cutânea (da pele). Alergias de pele podem ser atópica e de contato. A atópica está ligada ao histórico familiar e pessoal como asma, bronquite ou rinite alérgica. Já a dermatite de contato refere-se a uma substância específica, como alergia a bijuterias, que está relacionada ao metal níquel.

A Dra. Renata Mitelman Tkacz, dermatologista, explica que o tratamento da dermatite atópica tem como objetivo prevenir as coceiras das feridas que pioram o problema. O banho deve ser rápido, com água morna ou fria, não use buchas ou esponjas, aplique sabonte em pouca quantidade e de preferência a um sabonete neutro. Recomenda-se após o banho o uso de hidratante no corpo e nas áreas de dermatite costuma-se usar pomadas especificas para que as lesões melhorem.

No inverno, quem possui alérgia atópica, a situação costuma se agravar devido aos excessivos banhos quentes que deixam a pele ressecada.
Já nos casos de dermatite de contato é preciso eliminar o agente alérgeno, pois a pessoa tenderá a desencadear novas reações sempre que entrar em contato com o mesmo agente.
A alergia varia de região para região do corpo, isto é, cada parte do corpo está sujeita a ter alergia a determinado produto, por exemplo, nas mãos podemos pensar em detergentes ou produtos de limpeza, nas orelhas pode ser a bijuteria, entre outras milhares de dermatites de contato.
Após a causa da alergia ser afastada, é possível manter um controle satisfatório com os “cremes de barreira”, tipo silicone. Nas feridas, são utilizados cremes anti-alérgicos.
Não podemos esquecer também da alergia a medicamentos, que podem surgir na pele de forma diferente, podendo aparecer bolhas, urticárias e feridas. Sua causa é uma reação ao remédio, e não existe forma de se evitar, pois somente quando o remédio é tomado e a reação alérgica aparece é que podemos saber que foi daquele remédio específico.
Segue teste elaborado pela dermatologista Érika Monteiro para pesquisar o tipo de pele propensa à atopia.



Sensibilidade da pele: Sensível (S) x Resistente (R)

1) Produtos para cuidado com a pele (incluindo sabonetes, hidratantes, tônicos e maquiagem, causam irritação, coceira, vermelhidão, ardência ou “alergia” na sua pele?
Nunca ( ) às vezes ( ) freqüentemente ( ) sempre ( )

2) Você já teve diagnóstico de acne ou rosácea?
Não ( ) não, mas tenho acne de vez em quando ( ) sim ( ) sim, um caso grave ( )

3) Você tem “alergia” se usar bijuterias ou jóias que não sejam de ouro 18K (18 quilates)?
Nunca ( ) raramente ( ) freqüentemente ( ) sempre ( )

4) Filtros solares, hidratantes ou maquiagem fazem sua pele coçar, queimar, pinicar, ficar vermelha ou irritada?
Nunca ( ) raramente ( ) frequentemente ( ) sempre ( )

5) Você já teve sintomas de dermatite atópica (“alergia” de pele), eczema ou dermatite de contato ( inflamação ou erupções na pele)?
Não ( ) pessoas dizem que eu tenho isso ( ) sim ( ) sim, um caso grave ( )

6) Com que freqüência sua pele e/ou pescoço ficam vermelhos após exercícios moderados, e/ou com estresse ou com fortes emoções (como raiva), ou após comer alimentos apimentados, muito quentes (temperatura) ou após tomar bebidas alcoolicas?
Nunca ( ) às vezes ( ) freqüentemente ( ) sempre ( )

7) Quantos “vasinhos” vermelhos ou azulados você tem no seu rosto, incluindo o nariz (se você fez tratamento para eliminá-los, considere os que você tinha antes)?
Nenhum ( ) poucos ( um a três no rosto todo, incluindo o nariz) ( ) alguns (quatro a seis no rosto todo, incluindo o nariz) ( ) muitos ( )

Resultado: Pontuaçao Pele Sensível (S) x Pele Resistente (R):
01 a 10: Pele resistente
maior que 11: Pele sensível

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Perfumes e Alergia em Cosmética


Segundo Sandra Goraieb, autora do livro “Mamãe Passou Açúcar em Mim” 2006, os perfumes são uma das principais causas de alergias relacionadas a produtos cosméticos de forma geral. Mas como se faz para diagnosticar alergias por perfumes? Existe um teste chamado “fragrance mix patch test”. O fragrance mix é uma mistura de oito substâncias que são as mais comumente implicadas com desenvolvimento de reações de hipersensibilidade e alergias. Este teste e o patch testing ao Bálsamo do Peru são capazes de detectar cerca de 70 a 75% das pessoas sensíveis. Estima-se que cerca de 2% da população geral seja alérgica a perfumes. Abaixo seguem os componentes do Fragrance Mix, suas características e principais aplicações, por exemplo:

Cinnamic alcohol: Odor de jacinto,éster em fragrâncias naturais como o Bálsamo do Peru, benjoim, folhas de canela, óleo de jacinto e própolis:Fragrância em perfumes, cosméticos, desodorantes, papel, detergents para lavanderia, sabões de toalete, produtos de higiene pessoal. Aromatizante e saborizador em bebidas (cola, bitters, Vermouth), chicletes, pasta de dentes e colutórios.

O teste, no entanto, falha em cerca 25 a 30% dos casos, em especial quanto aos óleos essenciais e entre eles principalmente no de capim limão, no de ylang ylang e no jasmim absoluto.

Se você desconfia ser alérgico a perfumes, procure um dermatologista ou um alergologista e faça os testes necessários. Se efetivamente for alérgico a perfumes, a melhor coisa a fazer é evitá-los completamente. A alergia a perfumes normalmente dura toda a vida e piora com a exposição.

Atenção, porém, pois muitos produtos listados como “sem perfume” contêm fragrância nas suas fórmulas, simplesmente o cheiro é que não é perceptível. Como os ingredientes cosméticos nem sempre possuem um odor agradável, fragrâncias são usadas para cobrí-los sem necessariamente se expressarem como um perfume.

Normalmente, nos perfumes não se listam os ingredientes, o que torna mais difícil a identificação do que poderia ser de risco nas formulações. Isto porque formulações de perfume são uma pequena obra à parte e consideradas segredo industrial. Existem fragrâncias no mercado compostas de mais de 500 substâncias em uma única fórmula.

No entanto, alguns destes ingredientes são sabidamente alergênicos, alguns mais do que outros. Na tabela 2 listamos ingredientes (INCI) que podem ser alergênicos em perfumes e fragrâncias:

Alguns dos Ingredientes de Perfumes:
álcool amilcinamílico
álcool de anis
benzil álcool
benzil benzoato
benzil cinamato
benzil salicilato
butilfenilmetil propional
cinamal
álcool cinamílico
citral
citronelol
cumarina
eugenol
extrato de líquem de árvores
extrato de líquem de carvalho
farnesol
geraniol
hexilcinamal
hidroxicitronelal
hidroxiisohexil 3-ciclohexeno carboxialdeído
isoeugenol
isometilionona
limoneno
linalol
metilcumarina
metil-2 octinoato
baunilha

Os ingredientes acima indicam as substâncias que, segundo a atual normativa da União Européia devem ser obrigatoriamente listadas nos rótulos sempre que as suas concentrações excedam 0,01% em produtos enxaguáveis e 0,001% em produtos que permaneçam em contato com a pele. Infelizmente esta normativa não se aplica ao Brasil.

Atenção, pessoas alérgicas a perfumes podem apresentar reações cruzadas com alimentos. Esta pode ser mais uma pista para o reconhecimento de sujeitos sensíveis.

Então, esteja atendo e aprecie esta verdadeira arte que é a perfumaria fina.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O dia-a-dia e a Alergia

"A vida em ambientes fechados, o menor contato com a natureza e os animais, a produção de novos materiais e a elevação da poluição ambiental são alguns dos fatores que fazem com que um número cada vez maior de pessoas adquira alergias" afirma o alergista Fábio Morato Castro, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e supervisor do Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas de São Paulo. "O mundo está cada vez mais alergênico", diz.

A alergia é uma doença interessante, ela é consequência de uma proteção exagerada do próprio organismo. O anticorpo responsável por esse exagero é a IgE (imunoglobulina E). Os novos tratamentos visam justamente bloquear a ação da IgE.
Nas postagens anteriores, comentei superficialmente sobre alguns sintomas das alergias mais comuns, que são as alergias respiratórias, porém muitos também sofrem de alergias dermatológicas (dermatites de contato, eczemas e urticária), digestivas e reações anafiláticas causadas por picadas de insetos ou substâncias presentes em medicamentos. 'Dependendo da época do ano, uma alergia é mais comum que a outra. No inverno explodem as respiratórias, e no verão as pessoas ficam mais suscetíveis às dermatológicas', explica o alergista pernambucano Walfrido Antunes, presidente da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia (SBAI). Embora os sintomas sejam parecidos, não se pode confundir alergia com intolerância alimentar, irritabilidade ou intoxicação. A intolerância ocorre quando a pessoa não tem uma determinada enzima para fazer a digestão de um alimento qualquer. Já a irritabilidade se dá quando a comida tem substâncias irritantes, como certos tipos de conservantes. A intoxicação alimentar, por fim, é causada pela ingestão de um alimento contaminado por bactérias.
(Imagem dra.shirleydecampos.com.br) A alergia alimentar é uma reação anormal ao componente protéico do alimento, que envolve mecanismos imunológicos. Resulta em uma extensa variedade de manifestações clínicas: manchas na pele, coceira, problemas gastrintestinais e respiratórios.
Entre os tipos mais comuns de intolerância, está à lactose (açúcar do leite). O que acontece é que a falta de lactase prejudica a absorção da lactose. Pode surgir em qualquer idade, mas principalmente nos primeiros anos de vida. Em geral, crianças com o problema não toleram nenhuma quantidade do alimento.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A Alergia começa cedo



A alergia começa cedo e pode persistir durante toda a vida adulta do indivíduo.
Quando a criança desenvolve os primeiros sintomas mais comuns, como eczema e dificuldades respiratórias é um sinal de que ela é predisposta a alergia. Os sintomas geralmente persistem durante toda a infância e podem se tornar mais sérios na vida adulta. É uma progressiva resposta imunológica ao primeiro contato com o alérgeno, como se organismo seguisse uma rota pré-determinada. Aumentando a resposta imune a cada vez que o indivíduo entra em contato com o causador da alergia.

1. Eczema:
Forma de dermatite, uma irritação na pele na qual ela fica vermelha, escamosa e algumas vezes com rachaduras ou pequenas bolhas. Esses sintomas causam muita coceira, porém coçá-los danifica a pele frágil e piora o problema, então é importante tentar deixar o eczema quieto.


2. Resposta imunológica: Defesa do corpo contra organismos ou objetos estranhos, como bactérias, vírus, órgãos e tecidos transplantados.Mas nas reações alérgicas, o sistema imunológico responde a um falso alarme. Quando a pessoa entra em contato com um alérgeno o sistema imunológico o  trata como um invasor e mobiliza-se para atacá-lo. Neste processo, é gerado grandes quantidades de um anticorpo chamado imunoglobulina E (IgE). Cada anticorpo IgE é específico para um tipo particular de alérgeno. No sistema respiratório, a alergia poderá manifestar-se como uma doença alérgica no nariz (rinite alérgica) ou nos pulmões e vias aéreas (asma ou hiper-reatividade brônquica).

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Organização Mundial de Alergia destaca o impacto global da alergia

Seguem algumas considerações sobre a relação entre as doenças alérgicas e a saude da população mundial.
"O primeiro relatório mundial de alergia pede a colaboração global urgente para o combate ao aumento da alergia e doenças alérgicas em todo o mundo:

MILWAUKEE, 17 de junho /PRNewswire/: A World Allergy Organization (WAO - Organização Mundial de Alergia) publicará o seu primeiro Relatório sobre a extensão da alergia e doenças respiratórias crônicas em todo o mundo no dia 18 de junho de 2008, e pede a
colaboração imediata para enfrentar a escalada atual dos casos de alergia. Nos últimos 20-30 anos, a prevalência das doenças alérgicas aumentou substancialmente - uma tendência sem nenhum indicador de fraqueza. Estima-se que 400 milhões de pessoas em todo o mundo tenham rinite alérgica e 300 milhões de pessoas em todo o mundo tenham asma, com um custo econômico estimado maior do que o da tuberculose e o do HIV/AIDS juntos.Um dos resultados mais alarmantes do relatório é que enquanto a incidência da alergia e doenças afins tem aumentado substancialmente, o número de profissionais de saúde treinados no diagnóstico e tratamento de alergias diminuiu, deixando muitos pacientes sem diagnóstico e sem tratamento. O Relatório do Estado da Alergia no Mundo (State of World Allergy Report) é o primeiro, mas um passo fundamental para a
abordagem desta situação".

O Professor G. Walter Canonica, Presidente da WAO, comenta sobre o resultado do Relatório: "Este primeiro Relatório do Estado da Alergia no Mundo apresenta um retrato preocupante do aumento da prevalência de todos os tipos de doenças alérgicas, como asma, alergia alimentar, anafilaxia e rinoconjuntivite. No entanto, os recursos de saúde não estão aumentando proporcionalmente; existe uma necessidade premente de melhoria do acesso aos medicamentos aprovados de alergia em todo o
mundo. A WAO está na dianteira da análise, abordagem e resposta a estes desafios".

1. Alergia é o maior problema do século XXI - e deve piorar com o decorrer do século;
2. Devido à mudança climática mundial, ao maior padrão de higiene e à industrialização das nações em desenvolvimento, a alergia está se tornando mais
prevalente, mais complexa e mais agressiva, com pacientes sofrendo de várias desordens alérgicas que não estão mais limitadas às estações climáticas ou localizações específicas que possam ser causadas por uma ampla gama de substâncias naturais e sintéticas que não existiam no nosso meio ambiente há 20 anos atrás;
3. As mudanças do meio ambiente afetam substancialmente a qualidade da
vida e a produtividade do trabalho do paciente;
4. As doenças alérgicas são uma das mais freqüentes razões dos pacientes procurarem cuidados médicos.

O Relatório completo está disponível:http://www.waojournal.org

Sobre a Alergia



"As doenças alérgicas representam um problema mundial de saúde e a prevalência destas condições alérgicas, como a rinite, é crescente. Além de ter um efeito negativo sobre os doentes em suas atividades diárias e qualidade de vida, as doenças alérgicas estão associadas a consideráveis encargos econômicos"
(SCHOENWETTER et al., 2004)


Nos últimos anos, vários estudos têm demonstrado o aumento da prevalência (termo usado em estatística e em epidemiologia, refere-se ao número de casos existentes numa determinada população e num determinado momento temporal ou à proporção de casos existentes numa determinada população e num determinado momento temporal) de doenças alérgicas em várias partes do mundo. No Brasil, as prevalências de diagnóstico médico de asma, rinite alérgica e eczema atópico foram determinadas em 2001 pela primeira vez, como parte de um estudo internacional e revelaram ser em média 12%, 39% e 8%, respectivamente, segundo pesquisa de Solé e Willians.

Os sintomas típicos das doenças alérgicas muitas vezes sào comuns a outras doenças, o que dificulta muito o diagnóstico. Este fato exige um conjunto de exames laboratoriais e clínicos, para validar o diagnóstico de doença alérgica.

Doenças alérgicas são desordens inflamatórias crônicas onde o sistema imune reage contra antígenos (substâncias estranhas ao organismo) que normalmente não deveriam causar nenhuma reação. Estas substâncias estranhas,os alérgenos, estão presentes no meio ambiente e o indivíduo não tem como ficar longe deles. Para muitas pessoas, por exemplo, substâncias químicas diversas, microrganismos presentes no ambiente podem causar fortes reações, como a rinite, asma, desarranjos gastrointestinais, coceira nos olhos, nariz e pele.

As razões pelas quais algumas pessoas desenvolvem alergias e outras não, não são totalmente conhecidas, mas sabe-se que diferentes fatores genéticos e ambientais são importantes. Muitos genes têm sido descritos nos últimos anos como responsáveis pela maior sensibilidade à esses fatores ambientais, bem como diferentes estilos de vida podem também influenciar estas respostas alérgicas. Hoje muitos especialistas em alergia, têm sugerido que a exposição a antígenos desde o início da vida, pode levar a uma proteção a doenças alérgicas.