Um blog despretensioso sobre Alergia, que pretende abranger conhecimentos básicos sobre o sistema imunológico, sintomas, testes clínicos e laboratoriais, pesquisas e novos tratamentos para as várias alergias; tratados com rigor científico, porém com uma linguagem atual e muito acessível.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Perfumes e Alergia em Cosmética
Segundo Sandra Goraieb, autora do livro “Mamãe Passou Açúcar em Mim” 2006, os perfumes são uma das principais causas de alergias relacionadas a produtos cosméticos de forma geral. Mas como se faz para diagnosticar alergias por perfumes? Existe um teste chamado “fragrance mix patch test”. O fragrance mix é uma mistura de oito substâncias que são as mais comumente implicadas com desenvolvimento de reações de hipersensibilidade e alergias. Este teste e o patch testing ao Bálsamo do Peru são capazes de detectar cerca de 70 a 75% das pessoas sensíveis. Estima-se que cerca de 2% da população geral seja alérgica a perfumes. Abaixo seguem os componentes do Fragrance Mix, suas características e principais aplicações, por exemplo:
Cinnamic alcohol: Odor de jacinto,éster em fragrâncias naturais como o Bálsamo do Peru, benjoim, folhas de canela, óleo de jacinto e própolis:Fragrância em perfumes, cosméticos, desodorantes, papel, detergents para lavanderia, sabões de toalete, produtos de higiene pessoal. Aromatizante e saborizador em bebidas (cola, bitters, Vermouth), chicletes, pasta de dentes e colutórios.
O teste, no entanto, falha em cerca 25 a 30% dos casos, em especial quanto aos óleos essenciais e entre eles principalmente no de capim limão, no de ylang ylang e no jasmim absoluto.
Se você desconfia ser alérgico a perfumes, procure um dermatologista ou um alergologista e faça os testes necessários. Se efetivamente for alérgico a perfumes, a melhor coisa a fazer é evitá-los completamente. A alergia a perfumes normalmente dura toda a vida e piora com a exposição.
Atenção, porém, pois muitos produtos listados como “sem perfume” contêm fragrância nas suas fórmulas, simplesmente o cheiro é que não é perceptível. Como os ingredientes cosméticos nem sempre possuem um odor agradável, fragrâncias são usadas para cobrí-los sem necessariamente se expressarem como um perfume.
Normalmente, nos perfumes não se listam os ingredientes, o que torna mais difícil a identificação do que poderia ser de risco nas formulações. Isto porque formulações de perfume são uma pequena obra à parte e consideradas segredo industrial. Existem fragrâncias no mercado compostas de mais de 500 substâncias em uma única fórmula.
No entanto, alguns destes ingredientes são sabidamente alergênicos, alguns mais do que outros. Na tabela 2 listamos ingredientes (INCI) que podem ser alergênicos em perfumes e fragrâncias:
Alguns dos Ingredientes de Perfumes:
álcool amilcinamílico
álcool de anis
benzil álcool
benzil benzoato
benzil cinamato
benzil salicilato
butilfenilmetil propional
cinamal
álcool cinamílico
citral
citronelol
cumarina
eugenol
extrato de líquem de árvores
extrato de líquem de carvalho
farnesol
geraniol
hexilcinamal
hidroxicitronelal
hidroxiisohexil 3-ciclohexeno carboxialdeído
isoeugenol
isometilionona
limoneno
linalol
metilcumarina
metil-2 octinoato
baunilha
Os ingredientes acima indicam as substâncias que, segundo a atual normativa da União Européia devem ser obrigatoriamente listadas nos rótulos sempre que as suas concentrações excedam 0,01% em produtos enxaguáveis e 0,001% em produtos que permaneçam em contato com a pele. Infelizmente esta normativa não se aplica ao Brasil.
Atenção, pessoas alérgicas a perfumes podem apresentar reações cruzadas com alimentos. Esta pode ser mais uma pista para o reconhecimento de sujeitos sensíveis.
Então, esteja atendo e aprecie esta verdadeira arte que é a perfumaria fina.
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